Monday, 19 April 2010

das expectativas amorosas

Ouvindo: Gota D'água - Chico

E por que é que ela ainda me leva a extremos?
Por que o agradá-la é meu objetivo se ela nem existe mais?
Tudo que me resta dela é sonho.
Idealizada.
Ou talvez o que resta seja a memória de tudo que eu queria ser ao falar com ela.

Porque nunca a vi. Nunca senti o cheiro. Nunca troquei um olhar.
Nunca dividi um riso.

Nao. Estou enganado! Na verdade, tudo que me resta é um orgulho.

Homem burro!
(Homem sábio...)
Consegue ver as razoes deturpadas.
Quer ser/saber mais e mais e quer ser bom e quer ser agradável de conversar e quer ser admirável.
Quer ser o melhor que consegue. Quer ser impressionante também. Como ela.
Quer ser lindo. Quer ser mentalmente chocante.

Por ter em mente um alguém que desafia seu intelecto, se leva a extremos do psicológico.
Se auto-analisa. Se diagnostica e se tenta curar logo em seguida.

Isso tudo por tem em mente alguém que nao é apenas inteligente, mas que também é bonita.
E isso, lhe parece ser o ápice de algum ser humano.
Ou melhor, de algum par "ideal".
Isso por que ela conseguiu ultrapassar a barreira que separa as pessoas com preocupacoes mundanas das pessoas que entendem o mundo bem demais pra se preocupar com ele.
Ela é linda, mas também é culta.
E o que ela sabe, envergonha. Eu incluso.
O que ela é, inteligente e bela, deixa outras pessoas sem chao.
Porque é impossível nao amá-la pra sempre.
É impossível nao idealizá-la sendo que ela é a materializaçao de tudo que sempre imaginei de melhor em uma mulher.

Outras mulheres nao sabem, mas ela tem a força e a fragilidade exata.
Ela sabe muito e por isso mesmo sabe suas infinitas limitaçoes.
Mas ela é extremamente forte apesar de se sentir perdida. um tubarao fora d'água.
Ela entende tudo o que este mundo tem a oferecer a alguém como ela.
Ela entende o potencial desta realidade.
E ela ve a beleza em tudo. Das pequenas coisas as imensas.
E por mais cética que seja, ela também é apaixonada e romantica.
Ela guarda em segredo, o sonho da pessoa impressionante que vai desafiá-la de verdade.
Desafiá-la a gostar mais do que se acha capaz.. Desafiá-la a pensar em coisas que ela ainda nao pensou.. Como é difícil!
Ela nao procura só beleza.. ela nao procura só intelecto...
Ela procura alguém que vai ter também, força na sua própria insegurança.
Alguém que sabe nao ter todas as respostas, mas que sabe o por que de nao ter todas as respostas.
Ela procura alguém que tentou achá-las e percebeu que a vida guarda a sete chaves alguns dos seus mistérios.
E ambos sabendo de tudo isso, saberiam como ser felizes. Pois com força acima do normal, alcançariam o que quisessem. O nada. O nada recheado com o tudo. O tudo daqui.
O indefinivelmente tranquilo e completamente vazio, lotado de coisas simples.
Um algo que faria toda a psicologia inútil, porque nao exigiria doses cavalares de racionalidade.

Ela de fato, cansa de ser racional as vezes.
Ela quer ser levada por sentimentos, pois isso se torna cada vez mais raro.
Muito embora ela seja mulher e tenha uma sensibilidade muito mais aguçada que a minha para esses assuntos envolvendo a química cerebral.

Mas eu queria saber o que ela tem de ambiçao.
Queria saber se ela realmente está bem sozinha.
Queria saber qual a opiniao dela a respeito de filhos.
Queria muito descobrir, onde a mente dela vai quando pensa em boas memórias da infancia.
Queria saber se ela já analisou, como eu, e percebeu a tendencia estranha os melhores escritores, as mentes mais lindas da história, possuiam os piores registros de sociabilidade, família e sanidade mental.
E queria saber se ela percebeu como eu que conhecimento em demasia isola.
E gostaria muito de perguntar se ela acha embriaguez por álcool e tpm os únicos modos válidos de explorar realidades alteradas.

Queria saber muita coisa dela. E de mais ninguém.
E isso me prova que estou, de fato, apaixonado pela mente dela e nao por ela como pessoa.
Sim, porque para me apaixonar por ela, eu teria que ve-la. Conversar até acabar o assunto.
Ver as reaçoes dela ao assistir Ingmar Bergman.
Ouvir ela falando de famílias e amigos. Ouvir suas análises das pessoas em sua vida.
Presenciar suas demonstraçoes de carinho para com as pessoas mais próximas.
Observar seu comportamento em relação a estranhos na rua.
Observar sua reação ao se deparar com as merdas da sociedade que, por tão reiteradas, já fazem parte da cultura do que é ser humano.
Queria ouvir ela falar de si mesma. De analisar seus próprios defeitos e falhas como amiga, como filha, como cidadã.
Ve-la cair no sono vendo um filme... Ve-la 5 minutos depois de acordar.
Ve-la xingando depois de bater a canela no pé da cama.
Ver sua reação ao ser jogada na piscina de roupa e tudo.
Ver sua reação ao receber uma tulipa.

Enfim, essas coisas que me fariam ve-la como humana e nao a deusa da inteligencia e da guerra que a imagino sendo.
Só entao eu poderia saber se eu realmente a amo ou se tudo que eu sempre idealizei condenou todas as minhas relacoes até hoje porque eu tenho uma tendencia de comparar mulheres reais a essa deusa imaginária e achar todos os defeitos que a musa nao tem.
Mas ela tem. Eu só nao tive a chance de conhece-los.

Mas eu sei que ela tem defeitos.. e em tese, aceito os defeitos das outras pessoas e até gosto deles.
E em tese, eu sei como fazer um relacionamento dar certo.
Acho que poderia ter ido muito longe com as últimas 3 pessoas com quem "namorei" se eu quisesse.
Elas queriam. Mas eu nao queria.

E daí fica a outra pergunta de um milhao de dólares.
Será que mesmo depois de conhecer os seus defeitos, eu ainda continuaria achando a musa fascinante?
graaande ponto de interrogacao!

Sunday, 11 April 2010

da tristeza da chegada.

Andei sumido e minha amiga me ajudou a lembrar a senha.

Hoje acordei estranho.
Isso nao é estranho, mas é que nao me sentia estranho há algum tempo.

Andei passeando pelo Brasil e passei por Sao Paulo.. BH e Rio... e também por minha terra natal (que nao vem ao caso onde se encontra no mapa).

Como é gostoso o povo do Brasil. Como eu tenho amigos admiráveis.
Até a amiga doida que me ajudou a lembrar a senha do blog concordou de me encontrar no Rio, mas por motivos de forca maior nao pude ir.
Mas fica pra próxima.
E daí que a gente já se conhece há uns 6 anos pela net e apenas pela net? A Lei da Atracao tem tomado conta deste contato. Como se em algum momento, eu fosse precisar falar com ela ou vice-versa.

Já me cansei de tentar analisar por que certas pessoas continuam voltando naturalmente pra nossa vida mesmo depois de nao ve-las por um tempo.
Nao que eu acredite em destino, mas a Lei da Atracao é certamente algo a ser considerado.

Mas voltando ao motivo de eu me sentir estranho...

Acho que a viagem ao Brasil foi boa demais, isso sim.
Isso porque foi uma viagem sem preocupacoes.. Sem stress.. Sem responsabilidades.
A única pessoa me cobrando algo, era eu mesmo. Eu me cobrava que eu me divertisse todo dia. Que eu entrasse em contato com as pessoas com quem queria sair.
E mesmo assim nao consegui ver alguns dos amigos importantes pra mim. Culpo as rotinas malucas em Sao Paulo e as namoradas ciumentas da minha cidade.

Mas agora, volto pra Londres e nao tenho quarto.
Estou ficando na casa de uns amigos que andam trabalhando demais.
Dois deles chegaram em casa hoje, comeram algo e foram pra cama...
E eu estou desempregado. Mas nao estou preocupado.
Tenho essa seguranca de que tudo vai dar certo. Tudo sempre dá certo pra mim.
É como se o universo conspirasse a meu favor e até quando algo parece nao ter dado certo, é porque era pra acontecer algo melhor pouco tempo depois.
Juro que nao estou me gabando nem nada. É simplesmente o jeito que as coisas acontecem pra mim.
Tudo bem que ainda nao ganhei na loteria nem nada assim(precisaria jogar primeiro pra correr esse risco, nao?), mas parece que as coisas vem ao meu encontro.. e acabo sempre conhecendo pessoas lindas.. passando por situacoes que trazem experiencias que contribuem para o que quero alcancar.
E vai continuar sendo assim.

Mas no momento, estou indeciso.
Estou sem emprego e ainda nao fiz um curriculum.
Por que?
Porque nao sei o que quero fazer....
Tenho interesse em cinema, arte, assistencia social ou Direito...
Mas nao sei o que procurar e nem por onde comecar.
Dai fico meio puto pq ficar sem fazer nada me entedia demais.
Mas ao mesmo tempo nao quero voltar a trabalhar em bares..
Fazer cocktails nao é ruim, mas o que me irrita é sempre trabalhar em finais de semana e sempre a noite...
Cansa bem fácil.

Mas amanha vou na exposicao do Van Gogh.
E vou no Job Centre.. que é um lugar onde eles te ajudam a arrumar emprego.
Vou perguntar pra mulher o que ela tem relacionado a essas coisas pelas quais me interesso.

E devo confessar que no Brasil, fiquei muito mal acostumado em se tratando de mulher.
Posso dizer com seguranca que temos as mulheres mais quentes do mundo.
As mulheres daqui sao um pouco pesadas, psicologicamente falando.
Assim que voce a conhece, existe uma pressao para que a relacao se torne algo...
O passar tempo pra conhecer aqui tem muita pressao.
Todos adoram rótulos e posse.
E se nao for assim, eles nao querem.
Eles nao se permitem a conquista.
Nao se permitem explorarem as pessoas simplesmente pra ver se rola algo mais.
Querem seguranca sem intimidade. Querem compromisso sem grande envolvimento.
Me parecem muito pesados.
E nesse ponto tenho saudade do Brasil.
As pessoas sao um pouco mais leves... elas veem um beijo como um beijo.
Veem uma ligacao como um "quero te ver de novo.." e nao como um " quero sair mais vezes pra ver se voce pode ser minha namorada."
Entendeu a diferenca? Ou nao me fiz claro?

Isso também é foda aqui.. porque odeio as expectativas exageradas.
Os jogos de conquistas bem definidos... Os caminhos tracados por onde querem que eu ande.
ODEIO previsibilidade. E isso, por si só, já é um bom motivo pra eu me entediar com alguém e nao querer sair com ela.

Que cada relacionamento seja único com seu tempo e sua individualidade.
Que as duas pessoas seja honestas a respeito do que querem e que saibam levar as coisas de forma leve e bela.
Que as pessoas que eu encontre daqui pra frente estejam interessadas em trocar energia, experiencias e cultura e nao em títulos e prisoes.

Que eu tenha saco pra continuar procurando alguém que valha a pena e que faca suas próprias regras.
minha amiga corta o tomate dela no live journal.

lá lá lá.. só pra eu nao esquecer uma coisa que eu sei que viria a esquecer. :P

Thursday, 27 August 2009

Off to Stonehenge.

Listening to: Full Moon - The Black Ghosts


19 de Agosto de 2009, 11:20am, London.

Entrei no ônibus agora há pouco e me dirigi aos último assentos, até porque a maioria dos outros já estavam ocupados. Enquanto andava pelo estreito corredor cumprimentando qualquer pessoa que fizesse contato visual comigo, fui scaneando a situação dos companheiros de viagem e notei que a única mulher gata do ônibus tinha um cara ao seu lado que era provavelmente seu marido. Que ótimo! Minha fantasia de sentar ao lado de uma americana gata de férias disposta a conhecer gente nova, fazer amizade (e talvez algo mais) foi por água abaixo em um instante. Não que eu estivesse alimentando enormes esperanças, mas aconteceu com Ethan Hawke e Julie Delpy em “Antes do Amanhecer”. Por que não podia acontecer comigo?

Quando o ônibus estava prestes a lotar, sentei na janela porque o guia informou que seriam umas 2 horas de viagem e pensei que eu que não queria ter minha visão limitada a um corredor repleto de bonés de empresas de turismo, cabeças acinzentadas e pés usando sandálias com tiras de couro e meias de algodão. Ah, e, claro, pochetes. Dezenas de pochetes equipadas com mais compartimentos que o terno do James Bond. Tudo ao alcance de algumas centenas de zíperes. Bom, o que dizer? Acho que quando você atinge certa idade e sai férias, tudo que importa é o conforto e a praticidade. Afinal, imagina. Voce já está casado há 20 anos. Não sente mais necessidade de impressionar seu parceiro com seu estilo e incrível senso de moda. Não mais alimenta sonhos de conhecer algum(a) jovem sensual querendo fazer sexo selvagem com você por 6 horas initerruptas, principalmente com seu cônjuge grudado em você o tempo todo. Acho que o que resta é se concentrar no destino do tour e assim que alcançado, tirar as melhores fotos possíveis para mostrar para os amigos e se concentrar no próximo ponto turístico a visitar. Como evitar que eu me torne um desses? Porque, aos meus olhos, é uma situação que pode ser triste ou não. Mas que com certeza seria entediante!
Poucos minutos depois, o guia turístico começou um breve discurso e desliguei o Green Day do celular pra ver se ele daria alguma informação nova a respeito do tour ou se contaria alguma piada médio engraçada como guias costumam fazer. E, de fato, ele fez algumas boas observações e comentários cômicos a respeito dos ingleses, os quais a maioria do povo no ônibus adorou, sendo americanos e tudo. Ele também explicou um pouco do nosso itinerário e descobri que só chegaríamos ao Stonehenge às 19:20hs(quanta exatidão, não?) e que estaríamos de volta a Londres às 22:30hs. Tinhamos partido do Hotel Grosvenor Victoria às 11:00hs. Ou seja, ainda iríamos dar uma voltinha antes do destino final. Pois é, mais um dia que eu não conseguiria praticar meu violão...

Mas o guia realmente conseguiu me animar em relação à visita, dizendo que ele possue novas informações a respeito das rochas, pois há umas 3 semanas haviam sido liberadas informações provenientes de uma escavação de 5 anos feita aos arredores do monumento, da qual recuperaram mais de 100.000 artefatos. Esperando pra ver.
Ele também disse que nossa escolha do tour foi feliz porque este é o único tour no qual temos a chance de ver as rochas bem de perto, tocá-las e tal. E depois que todos os turistas que vão durante o dia foram embora. De acordo com ele, durante o dia mais de mil pessoas passam por lá e não dá pra imaginar tão bem como as rochas eram milhares de anos atrás por estar tão cheio.
Minha câmera está preparada e eu também.

Ele também comentou a respeito da nossa passagem por Bath e Lacock(pronúncia: leicock) antes de irmos para o Stonehenge e estou interessado nestes lugares que guardam tanta história dos séculos passados.

Mas ainda assim, agora, quero entrar em lojas de antiguidades e achar um presente de aniversário perfeito pra Minerva, a italiana que estou saindo no momento e que volta pra Londres amanhã depois de 1 mês e meio de férias na Itália. E também fantasio de conhecer uma inglesinha à toa na rua, linda, com uma personalidade forte e alegre. E talvez um beijo.
Até hoje não sei se pensamentos assim fazem de mim um romântico ou um canalha. Talvez um pouco dos dois, mas pra mim fica claro que minha idéia de aventura sempre envolve mulheres gatas e engraçadas que me acompanham por certo tempo e que podem ou não querer e me fazer querer encontrá-las no futuro.

A pergunta é: Será que sou o cara com a personalidade certa para atrair essas coisas?

Tuesday, 14 July 2009

Lutando a Loucura.



Listening to: Kasabian - Club Foot

Sabe, apesar de todos os museus que explorei curioso, de todas as ruas sem rostos conhecidos pelas quais passei, de todas as musicas ensurdecedoras que dancei em lugares que existem sem voce saber, continuo com o mesmo impulso. Apesar de todos os onibus que entrei na madrugada, lotados de trabalhadores cansados e/ou pessoas semi-bebadas, apesar de todos os olhos que buscavam respostas para suas perguntas nos meus, apesar de todas as musicas que cantei sozinho em um vagao de trem vazio a caminho de casa, apesar de todas as paisagens e pessoas que me surpreenderam e que me deram satisfacao ao descobri-las, minha mente exige que eu continue procurando respostas.


Mas nao quero. Nao quero continuar essa busca pelo sentido da vida!
Por que continuar uma busca quando voce sabe que nao ha sentido para a vida? Por que ainda me interrogo perguntas com respostas impossiveis de provar, quando sei que o Universo existe em um nivel de complexidade que minha pobre mente humana nunca compreenderah?
Desse ponto de vista, procurar respostas seria uma grande perda de tempo! Talvez a segunda maior do mundo (depois de assistir televisao.).
Eu deveria estar vivendo mais instensamente ao inves de ficar me perguntaando “Por que?”.


Entao me questiono... O que me move neste sentido?
Seria um orgulho idiota de encontrar mais respostas que a maioria, para que eu me sinta superior ou culto? Se for este o caso, minha mente eh estupida porque quer se provar algo que o resto do mundo nao dah a minima.
Ou serah que existe destino afinal, e minha natureza estah predestinada a ser um grande guru ou algo do tipo? Abdico neste momento desta possibilidade, obrigado. Nao tenho um osso de guru ou lider espiritual em meu corpo.

Quero relaxar! Quero brincar, beijar, andar e correr e andar e sentir a potencia dos sentimentos humanos apaixonados. Quero olhar para a rua cheia de gente passeando pra la e pra ca e ver em cada individuo uma possibilidade de mudar meu dia, um novo universo a explorar. Ver em cada alma uma nova aventura.
Quero nao me preocupar com o que vai ser da minha vida. Nao quero pensar pensamentos de felicidade demasiadamente entrelacados com dinheiro.
Quero amor, quero amizade, quero arte e quero estimulo mental.
Queria passar por esse mundo sem fazer as grandes perguntas. Quero aproveitar melhor as pequenas coisas, afinal, jah aprendi que nao ha nada maior que as pequenas coisas.

Mas por algum motivo, quando entro em diferentes realidades, algo me diz que o TUDO eh tao maior que essa realidade na qual vivemos, que uma curiosidade maior que meu ser me abraca.
E quando subo mais um degrau na infinita escada da sabedoria/conhecimento sinto uma satisfacao extasiante. E por um segundo, me sinto um guru que quer passar todos esses ensinamentos novos para meus amigos. Compartilhar tudo que descobri com eles.
Mas a mesma consciencia que me mostrou novas respostas, me diz que ninguem compreendera inteiramente a nao ser que cheguem a conclusao por eles mesmos, por mais detalhadas que sejam as palavras que voce use. Nao tem por que falar a respeito com quem voce sabe que nao compreendera e que nunca explorara por eles mesmos.
E outra voz me diz que se eu comecar a falar de tudo que descubro de maneira apaixonada e aberta, me verao como louco.

Loucura. Vejo agora que a loucura nada mais eh que se desligar da realidade compartilhada pela maioria.
Mas ninguem para pra pensar que a maioria pode nao estar certa. Ou que a maioria esteja dormente e nao consiga ver o que os “loucos” compreendem.
Mas mesmo assim, sei que ser taxado de louco nesta realidade atrai maos que te sufocam, te trancam e provavelmente te matam. Por que a maioria tem medo do que nao entende. Medo do imprevisivel.
Entao, serah que quero continuar neste caminho que aparentemente me tornara um estranho para minha propria familia? A que preco?
Talvez eu esteja a ponto de descobrir que o preco a pagar nesta realidade eh pequeno em relacao a descoberta maior. Se isto acontecer, sei que vou cruzar a linha que me separara das pessoas de rotina.

Serah que foi isso que Gandhi escolheu fazer? E Buddha tambem? E Jesus?

Nao sei. E claro que nao estou me comparando aos grandes mestres. Meus motivos me parecem muito mais egoistas.
Sei que se eu decidir cruzar esta linha ou nao conseguir parar essa minha curiosidade, algo acontecerah.
Creio que deste dia em diante, viverei uma constante ascencao aos meus olhos e um constante mergulho no abismo aos olhos de todos que me conheceram em meu estado “normal” um dia.
Sabe? (:

Thursday, 25 June 2009

devaneios


AGORA

Sou mais um alguém.
Sou teus amigos no cinema.
Sou um conto, um filme, um soneto.
Sou o primo que você não conversa há meses.
Sou o amigo que não te conta suas preocupações e segredos.
Sou o estranho que passa na rua e que você nunca chegará a conhecer.
Sou o que te observa, mas você não nota.
Sou a árvore que cai no meio da floresta e ninguém ouve.
Sou só com a solidão.
Sou só com a multidão.
Sou todas as oportunidades que você não aproveitou.
Sou a prova de que o mundo ainda pode te surpreender.
Sou a prova de que o mundo não tem nada de novo pra oferecer.
Sou a tua música favorita que você nunca ouvirá.
Sou conseqüência de tudo que há.
Sou parte do tudo.
Sou nada e descartável.
Sou o que muda e o que é mudado.
Sou o preguiçoso.
Sou o que experimenta pra te contar.
Sou o que fala e você não acredita.
Sou o que narra coisas que você nunca terá coragem de tentar.
Sou aquele seu amigo que não sabe pra onde ir. Perdido.
Sou aquele seu amigo que se orgulha do próprio saber.
Sou o aventureiro que não tem medo de morrer.
Sou aquele com os pontos de vista que você não aceita.
Mas que não consegue discordar.
Sou o amigo do amigo que ficou louco.
Sou o que suga. Sou o que doa.
Sou o que ri. E chora. E ri de chorar. E chora de rir.
Sou o que explora. O que se constrói. O que se destrói.
O que se constrói, destruindo.
Sou o que magôa sem sentir culpa.
Sou aspirante a água mole.
Sou pedra dura.
Sou o que fala.
Sou o silêncio da compreensão.
Sou o escritor que aceita tuas críticas, mas que não vai mudar seu estilo.
Sou o artista que sabe que tua crítica atesta tua própria incompetência em criar.
Sou o calmo avô que nunca vai apontar os defeitos que você ja sabe ter.
Sou o robô defeituoso.
Sem fim ou objetivo.
Programado com interrogações.
Sou o explorador de realidades.
Sou o personagem do livro que quer passar por todo lugar.
Sou o que não está aqui. Sou o que não está no teu futuro.
Sou o que acumula, filtra e destila.
Sou bruxo criador de poções. Poções do pensar.
Sou o que sente tudo que você não vai sentir.
Sou o que não pode seguir em frente. O que não pode voltar.
Sou aquele tio que se mostra demasiadamente orgulhoso de todas as conquistas que você sabe serem pequenas.
Sou o sábio tio que sabe que a vida é feita de pequenas conquistas.
Sou o pai que quer te ajudar a crescer, mas que não quer impôr suas expectativas.
Sou o professor que deseja que você o supere.
Sou o bêbado jogado na sarjeta ao amanhecer do dia quando você volta de uma festa.
Sou o namorado que sabe não ser a pessoa certa pra você.
Sou o mendigo que possue a sabedoria nos olhos, mas que está preso em seus próprios vicios.
Sou o gato que sabe que você não precisa dele e que ele não precisa de você.
Sou o cachorro que gosta de estar perto de você e que presume que você também queira estar perto dele.
Sou a mãe que não consegue ver os defeitos do próprio filho.
Sou o ciclista atropelado por um ônibus.
Sou o ator coadjuvante em um filme sem moral da história.
Sou você.
Sou ninguém.

Thursday, 11 June 2009

Bumpy road to disaster?


Bumpy road to disaster?

Listening: Porcupine Tree – Arriving Somewhere, but not here.

Hello, hello.

How have you been, dear people I don't know?

I'll start by saying I’m not a happy puppy today.

I should say that I will eventually finish my story.
I’m still working on it. The previous blog was just the beginning.

But today, I have something not that great to share.

I sent an email to my mom the other day. It had a drawing of mine and a text a dear friend wrote for the drawing. Maybe I’ll post it here in the future.
I told her how I was feeling – confused – and I told her my job is sort of unstable at the moment and how I’ve been burning all my bridges during the last month, emotionally speaking.
I also told her that at the same time I feel free, I feel lost.
I’m beginning to think about studying something in my field in Europe (maybe in Spain) next year. Maybe a pos graduation or masters.
I’m looking into some possibilities, but of course, everything involves large amounts of money that I don’t really have.
Anyway, I gave her a complete update on what’s going on in my life and I asked her how were things back home.

I really wasn’t expecting the answer I got.

Basically, she’s been finding traces of a strange relationship between my father and a lady he calls “a friend” of his.
When inquired, my dad said that my mom always tends to see the evil in everything. That she was being paranoid and that this lady was just a friend.
After reading all about the traces my mom said she’s found so far, I’m pretty sure my dad is not being completely truthful about the situation.
I love him, but I’m starting to think he might have had done something.
But then again, I might suffer from the same paranoid condition my mom’s got.
But I don’t think so.

In the end, my mom asked me about a while ago, when they were fighting a lot and my dad moved out for a short period of time.
Then she asked me if my dad was really crying a lot during that period (my aunt told her that) and also wanted to know if my dad had ever told me that he loved her in any of our conversations.
The thing is, I don’t remember him crying and I don’t remember him saying he loved her.
To be honest with you, I don’t think he loves my mom anymore. I don’t feel it.
I think he’s still with her only not to split the family apart.

But HOW do you tell your mom that you think your dad doesn’t love her anymore?

To be honest, it would be the hardest thing in the world to see they split up, but at the same time I think that both of them deserve to be happy. If they don’t love each other, maybe it’s time to end it.

The thing is.. I think my mom will always love my dad.
So after 20-something years of marriage, I have really low expectations about what will be her reaction to divorce.

Shit. She will get depressed, I’m sure. And I’m across the ocean and there’s nothing I can do about it, except write her emails. Shit. Shit.

I’m going to write her now. And I'm gonna be honest.

It sounds like there’s a bumpy road ahead of us..